Por Portal da Copa
Assistentes estrelas do sorteio final da Copa FOTO: Portal da Copa |
Um a um, eles foram
entrando. Jornalista não costuma aplaudir entrevistado, mas para um time de
campeões mundiais, a exceção é concedida. A coletiva de imprensa com os oito
assistentes do sorteio final da Copa, realizada na manhã desta quinta-feria
(05.12), reuniu histórias de vitórias e muita expectativa para o Mundial do ano
que vem.
Ganhar um mundial em
casa é um sonho para os brasileiros em 2014, e algo já concretizado por
Zinedine Zidane na França, em 1998, vencendo justamente o Brasil. “Com certeza
é a coisa mais importante que me aconteceu, jogar a Copa no meu país e ganhar,
é uma lembrança extraordinária. Tive a grande oportunidade, com a geração de
1998, de ter jogado contra o Brasil. Quando temos a camisa amarela na nossa
frente, é sempre mais complicado. E sem dúvida foi a coisa mais bonita que nos
aconteceu na França”, contou o craque.
O craque: Zidane FOTO: AFP |
Para Zidane, enfrentar
equipe fortes já na primeira fase é importante e desejável. “O que eu adoraria
para a França é que possa entrar em um grupo difícil de cara, para ninguém
dizer que só jogamos com equipes menores ou pequenas. Queremos que a França
jogue contra os melhores e queremos alcançar o mais alto possível, talvez seja
difícil, mas assim é a vida, vamos ver”, disse.
Carinho
com os carrascos
Zidane e o uruguaio
Alcides Ghiggia compartilham o título de carrasco da Seleção Brasileira em
finais de Copas, e igualmente reconhecem o carinho dos brasileiros, apesar dos
resultados.
Se o francês acabou
com o sonho canarinho em 1998, Ghiggia foi o autor do histórico gol que calou o
Maracanã em 1950 e deu ao Uruguai o bicampeonato mundial. Único jogador vivo
daquela equipe responsável pelo Maracanazo, ele disse que sempre é muito bem
recebido no Brasil e que sonha com uma repetição da final Brasil x Uruguai em
2014. “Para mim, o Brasil é como uma segunda casa. Eu estive há pouco no Rio,
as pessoas me reconheceram, vieram falar comigo. Tenho um apreço muito grande
pela população brasileira, eu me sinto em casa. Gostaria muito de ter novamente
uma final entre Brasil e Uruguai. Para a equipe do Uruguai seria maravilhoso,
mas não é só a sorte que vai decidir quem ganha e quem perde”, disse Ghiggia.
Anfitrião
Cafu foi o convidado
para representar o país anfitrião. Em um país com cinco títulos mundiais, ser o
escolhido foi uma grande honra, mas a opção é justificada por uma trajetória
única. “Eu me sinto muito honrado de estar representando milhões de
brasileiros. No meio de tantos campeões, escolheram o Cafu. Disputei quatro
Copas, fui o jogador que mais vezes vesti a camisa da Seleção, disputei três
finais consecutivas de Copa”, ele mesmo relembrou.
Outro que conhece
muito bem uma Copa do Mundo é o alemão Lottar Matthäus: foram cinco
participações, incluindo o título da Alemanha em 1990. Para o ex-jogador, cada
mundial é uma história, com seus desafios e características próprias. Cabe a
cada equipe se preparar bem. “Participei de vários mundiais e também joguei a
Copa dos Estados Unidos, onde tínhamos que percorrer grandes distâncias. Claro
que você se prepara para isso. Tem equipe médica, uma organização por trás. É
muito importante escolher bem o campo de treinamento, e é difícil lidar com as
diferenças e idiossincrasias, mas os responsáveis vão criar as melhores
condições possíveis. O aspecto mais importante é assegurar que cada peça se
acerte perfeitamente no time, para que a equipe esteja preparada”, disse o
capitão da seleção campeã de 1990.
Canavarro, capitão FOTO: AP |
Fabio Cannavaro,
campeão mundial pela Itália em 2006, concorda que há desafios específicos no
Brasil, mas diz que sempre se encontra uma fora de superação. “Esse Mundial
será muito complicado, ainda mais por causa das distâncias que são grandes. As
partidas vão ser difíceis, mas o mais importante é que a equipe deve trabalhar
conjuntamente. Às vezes você pode começar mal, mas terminar bem. Todos temos o
mesmo sonho, os jogadores que vierem para a Copa têm que adaptar às condições”,
disse o ex-zagueiro.
“Você acredita que a
seleção pode ganhar a Copa?”. Não importa a quem essa pergunta é dirigida. Para
todos os campeões mundiais, a vontade e a expectativa de vencer uma Copa é algo
que acompanha cada seleção desde o começo, não importa se é a França, a Itália
ou a Argentina.
A história pode dar
alguns indícios, mas cada Mundial é um capítulo, segundo Geoff Hurst,
ex-jogador inglês campeão mundial em 1966 e artilheiro da competição. “Eu diria
que, quando você joga uma Copa, você sempre tem uma expectativa, como jogador,
equipe ou pessoa. Você quer vencer. E tenho certeza de que os jogadores têm
isso em mente. Tem que ter algum realismo para as equipes europeias, que nunca
ganharam em Mundiais na América do Sul. O Brasil está jogando em casa, tem que
ser visto como favorito. Mas vencer é o objetivo do Brasil, da Inglaterra, de
todos”, disse Hurst.
Dos oito ex-jogadores,
apenas o espanhol Fernando Hierro não foi campeão mundial jogando, mas foi o
diretor técnico da seleção espanhola vencedora da Copa África do Sul 2010. E
ele deposita nesta geração que ele considera extraordinária a confiança num
bicampeonato espanhol. “Temos que reconhecer que a Espanha sempre teve
excelentes jogadores, mas essa geração dos últimos cinco, seis anos é, sem
duvida, a melhor da história do futebol
da Espanha. Esses jogadores, com esse nível altíssimo, chegarão nas melhores
condições para a Copa. É a geração mais extraordinária que já apareceu. Vejo
uma Espanha que vai emocionar, está motivada para ganhar”, disse.
Hierro também elogiou
o desempenho de Neymar no Barcelona. “O crescimento dele foi grande, está
jogando num excelente nível e não é fácil chegar num pais novo, com cultura de
futebol diferente. E ele é uma pessoa tão jovem, acho que a atuação está sendo
fantástica e está com uma participação maravilhosa na liga espanhola”,
completou.
Copa
rotativa
O ex-atacante
argeninto Mario Kempes foi campeão mundial pela Argentina, em casa, em 1978.
Para ele, as expectativas em torno da Copa no Brasil vão além do campo, porque
o sucesso de organização pode contribuir para a rotatividade do Mundial. “Eu
acredito que toda a expectativa já existe, voltar depois de tantos anos uma
Copa ao Brasil é excelente. O que acontece é que nós também podemos organizar
uma Copa da mesma maneira do que na Europa. É um grande passo para que, mais
adiante, a Copa do Mundo possa continuar sendo sediada em outros países”,
disse.
Kempes disse que
Argentina e Brasil, entre os sul-americanos, estão “um passinho adiante” na
busca por um título da Copa. Mas, segundo ele, a postura de um favorito pode
ser adotada por qualquer equipe. “Não podemos descuidar, o favoritismo vai
ficar com quem conseguir manter a tranquilidade, quem focar no objetivo de
fazer um futebol bonito, que classifica a Seleção”, finalizou.
O caminho de cada país
na primeira fase será conhecido nesta sexta-feira (06.12), a partir de 14h
(hora de Brasília), no sorteio final da Copa, com cobertura completa do Portal
da Copa.
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