quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Estrelas que participarão do sorteio dos grupos comentam a Copa de 2014 e contam histórias do passado

Por Portal da Copa
Assistentes estrelas do sorteio final da Copa
FOTO: Portal da Copa
Um a um, eles foram entrando. Jornalista não costuma aplaudir entrevistado, mas para um time de campeões mundiais, a exceção é concedida. A coletiva de imprensa com os oito assistentes do sorteio final da Copa, realizada na manhã desta quinta-feria (05.12), reuniu histórias de vitórias e muita expectativa para o Mundial do ano que vem.

Ganhar um mundial em casa é um sonho para os brasileiros em 2014, e algo já concretizado por Zinedine Zidane na França, em 1998, vencendo justamente o Brasil. “Com certeza é a coisa mais importante que me aconteceu, jogar a Copa no meu país e ganhar, é uma lembrança extraordinária. Tive a grande oportunidade, com a geração de 1998, de ter jogado contra o Brasil. Quando temos a camisa amarela na nossa frente, é sempre mais complicado. E sem dúvida foi a coisa mais bonita que nos aconteceu na França”, contou o craque.

O craque: Zidane
FOTO: AFP 
Para Zidane, enfrentar equipe fortes já na primeira fase é importante e desejável. “O que eu adoraria para a França é que possa entrar em um grupo difícil de cara, para ninguém dizer que só jogamos com equipes menores ou pequenas. Queremos que a França jogue contra os melhores e queremos alcançar o mais alto possível, talvez seja difícil, mas assim é a vida, vamos ver”, disse.

Carinho com os carrascos

Zidane e o uruguaio Alcides Ghiggia compartilham o título de carrasco da Seleção Brasileira em finais de Copas, e igualmente reconhecem o carinho dos brasileiros, apesar dos resultados.

Se o francês acabou com o sonho canarinho em 1998, Ghiggia foi o autor do histórico gol que calou o Maracanã em 1950 e deu ao Uruguai o bicampeonato mundial. Único jogador vivo daquela equipe responsável pelo Maracanazo, ele disse que sempre é muito bem recebido no Brasil e que sonha com uma repetição da final Brasil x Uruguai em 2014. “Para mim, o Brasil é como uma segunda casa. Eu estive há pouco no Rio, as pessoas me reconheceram, vieram falar comigo. Tenho um apreço muito grande pela população brasileira, eu me sinto em casa. Gostaria muito de ter novamente uma final entre Brasil e Uruguai. Para a equipe do Uruguai seria maravilhoso, mas não é só a sorte que vai decidir quem ganha e quem perde”, disse Ghiggia.

Anfitrião

Cafu foi o convidado para representar o país anfitrião. Em um país com cinco títulos mundiais, ser o escolhido foi uma grande honra, mas a opção é justificada por uma trajetória única. “Eu me sinto muito honrado de estar representando milhões de brasileiros. No meio de tantos campeões, escolheram o Cafu. Disputei quatro Copas, fui o jogador que mais vezes vesti a camisa da Seleção, disputei três finais consecutivas de Copa”, ele mesmo relembrou.

Outro que conhece muito bem uma Copa do Mundo é o alemão Lottar Matthäus: foram cinco participações, incluindo o título da Alemanha em 1990. Para o ex-jogador, cada mundial é uma história, com seus desafios e características próprias. Cabe a cada equipe se preparar bem. “Participei de vários mundiais e também joguei a Copa dos Estados Unidos, onde tínhamos que percorrer grandes distâncias. Claro que você se prepara para isso. Tem equipe médica, uma organização por trás. É muito importante escolher bem o campo de treinamento, e é difícil lidar com as diferenças e idiossincrasias, mas os responsáveis vão criar as melhores condições possíveis. O aspecto mais importante é assegurar que cada peça se acerte perfeitamente no time, para que a equipe esteja preparada”, disse o capitão da seleção campeã de 1990.

Canavarro, capitão
FOTO: AP
Fabio Cannavaro, campeão mundial pela Itália em 2006, concorda que há desafios específicos no Brasil, mas diz que sempre se encontra uma fora de superação. “Esse Mundial será muito complicado, ainda mais por causa das distâncias que são grandes. As partidas vão ser difíceis, mas o mais importante é que a equipe deve trabalhar conjuntamente. Às vezes você pode começar mal, mas terminar bem. Todos temos o mesmo sonho, os jogadores que vierem para a Copa têm que adaptar às condições”, disse o ex-zagueiro.

“Você acredita que a seleção pode ganhar a Copa?”. Não importa a quem essa pergunta é dirigida. Para todos os campeões mundiais, a vontade e a expectativa de vencer uma Copa é algo que acompanha cada seleção desde o começo, não importa se é a França, a Itália ou a Argentina.

A história pode dar alguns indícios, mas cada Mundial é um capítulo, segundo Geoff Hurst, ex-jogador inglês campeão mundial em 1966 e artilheiro da competição. “Eu diria que, quando você joga uma Copa, você sempre tem uma expectativa, como jogador, equipe ou pessoa. Você quer vencer. E tenho certeza de que os jogadores têm isso em mente. Tem que ter algum realismo para as equipes europeias, que nunca ganharam em Mundiais na América do Sul. O Brasil está jogando em casa, tem que ser visto como favorito. Mas vencer é o objetivo do Brasil, da Inglaterra, de todos”, disse Hurst.

Dos oito ex-jogadores, apenas o espanhol Fernando Hierro não foi campeão mundial jogando, mas foi o diretor técnico da seleção espanhola vencedora da Copa África do Sul 2010. E ele deposita nesta geração que ele considera extraordinária a confiança num bicampeonato espanhol. “Temos que reconhecer que a Espanha sempre teve excelentes jogadores, mas essa geração dos últimos cinco, seis anos é, sem duvida,  a melhor da história do futebol da Espanha. Esses jogadores, com esse nível altíssimo, chegarão nas melhores condições para a Copa. É a geração mais extraordinária que já apareceu. Vejo uma Espanha que vai emocionar, está motivada para ganhar”, disse.

Hierro também elogiou o desempenho de Neymar no Barcelona. “O crescimento dele foi grande, está jogando num excelente nível e não é fácil chegar num pais novo, com cultura de futebol diferente. E ele é uma pessoa tão jovem, acho que a atuação está sendo fantástica e está com uma participação maravilhosa na liga espanhola”, completou.

Copa rotativa

O ex-atacante argeninto Mario Kempes foi campeão mundial pela Argentina, em casa, em 1978. Para ele, as expectativas em torno da Copa no Brasil vão além do campo, porque o sucesso de organização pode contribuir para a rotatividade do Mundial. “Eu acredito que toda a expectativa já existe, voltar depois de tantos anos uma Copa ao Brasil é excelente. O que acontece é que nós também podemos organizar uma Copa da mesma maneira do que na Europa. É um grande passo para que, mais adiante, a Copa do Mundo possa continuar sendo sediada em outros países”, disse.

Kempes disse que Argentina e Brasil, entre os sul-americanos, estão “um passinho adiante” na busca por um título da Copa. Mas, segundo ele, a postura de um favorito pode ser adotada por qualquer equipe. “Não podemos descuidar, o favoritismo vai ficar com quem conseguir manter a tranquilidade, quem focar no objetivo de fazer um futebol bonito, que classifica a Seleção”, finalizou.

O caminho de cada país na primeira fase será conhecido nesta sexta-feira (06.12), a partir de 14h (hora de Brasília), no sorteio final da Copa, com cobertura completa do Portal da Copa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário