Por Murilo Dias
Após 120 minutos de toque de bola, gols perdidos e
muitos sustos, a seleção da Espanha conquistou a vaga para a final da Copa das
Confederações, vencendo a seleção da Itália, por 7 x 6, nas cobranças de pênalti.
Os espanhóis agora encaram o Brasil e os italianos, por sua vez, pegam os
uruguaios.
O
jogo começou com as tradicionais vaias para a seleção da Espanha.
Diferentemente dos primeiros jogos, a Espanha não conseguiu desempenhar seu
conhecido futebol e transformar tais vaias em aplausos, muito pelo contrario. A
Itália pressionou em grande parte do primeiro tempo.
|
Foto: Bruno Santos / Terra |
Apesar
de a primeira chance ter sido da Espanha, com Pedro, que finalizou nas mãos de
Buffon, a Itália conseguiu anular o jogo ofensivo da Espanha. Com gritos de “Itália,
Itália”, vindos de todo Castelão, a Azurra não se intimidou e foi para o
ataque. Depois de jogada de Pirlo, Maggio completou cruzamento, mas mandou para
fora.
Aos
14 minutos, Gillardino recebeu passe dentro da área e finalizou. A bola passou
perto do gol de Casillas. Dois minutos depois, De Rossi manda para área e
Maggio cabeceia novamente, desta vez para boa defesa do goleiro espanhol. Um
minuto depois, em cobrança de escanteio de Pirlo, foi De Rossi que cabeceou, para
fora. No minuto seguinte, foi a vez de Marchisio mergulhar de peixinho e mandar
a bola para fora.
A
partir dos 20 minutos, a Espanha neutralizou as ofensivas italianas, mas não
conseguia avançar. Manteve mais de 60% de posse de bola, sempre na faixa do
meio de campo, bom os defensores trocando passes. A seleção italiana continuou
tentando avançar e ameaçar Casillas, porém, em inúmeras oportunidades, o
impedimento freou os ataques.
|
Foto: Bruno Santos / Terra |
Faltando
dez minutos para acabar o primeiro tempo, mais uma cabeçada de Maggio, dessa
vez a partir de cruzamento de Giaccherinni. O goleiro da Espanha, novamente,
fez uma brilhante defesa. Essa foi a melhor chance da primeira etapa. Aos 36,
Fernando Torres driblou Barzagli e bateu para fora. A pressão italiana
continuou e a torcida brasileira, que torceu o jogo inteiro para a Azurra,
começou a gritar “olé, olé” para os toques da Itália. Aos 42, De Rossi ariscou
de fora da área, mas Casillas não teve dificuldades para afastar a bola.
O
segundo tempo começou com uma substituição de Cesare Prandelli, técnico da Itália.
Montolivo entrou no lugar de Barzagli. Entretanto, as tentativas iniciais, que
no primeiro tempo ficaram a cargo da seleção italiana, mudaram de lado.
Iniesta,
em tabela com Fernando Torres, invadiu a área e, cara a cara com Buffon, mandou
para fora. Essa, porém, foi a única chance clara do começo da segunda etapa.
Notando isso, Del Bosque, técnico espanhol, tirou David Silva e colocou Jesus
Navas, que teria papel fundamental no restante da partida.
|
Foto: Bruno Santos / Terra |
A
Espanha conseguiu, enfim, pressionar a Itália, com ataques seguidos. A Azurra
não tinha o mesmo volume de jogo, muito menos posse de bola, para contra-atacar.
Quando teve a possibilidade de abrir o placar, aos 23 minutos, em finalização
de Marchisio, Pique bloqueou e salvou seleção espanhola. 5 minutos depois, em
resposta, Pedro recebeu livre de Alba e bateu mal na saída de Buffon.
Ambos
os técnicos, percebendo o cansaço de seus jogadores, fizeram substituições.
Pelo lado espanhol, Juan Mata entrou no lugar de Pedro e pelo lado italiano,
Aquilani entrou no lugar de Marchisio. O jogo aproximava-se de seu final, e a
cada minuto que passava, mais recuada a Itália ficava.
Aproveitando
o cansaço de sua adversária, a Espanha lançou-se ao ataque e, por diversas vezes,
teve a chance de marcar o gol. Pique e Mata chegaram a assustar a meta de
Buffon. Antes de acabar o tempo regulamentar, Aquilani emendou um voleio sem
perigo, em direção ao gol de Casillas.
Logo
aos dois minutos do tempo extra, Giovinco, que havia entrado no lugar de
Gilardino, mandou uma bomba que explodiu na trave da Espanha. Esta, porém, foi
a chance mais clara de gol italiano na prorrogação. Em ambos os tempos, era
claro a superioridade física da Espanha, que manteve a bola em seus pés. Navas,
sempre com perigo pelo lado direito, corria muito e ganhava todas as bolas dos
italianos.
Em
cobranças de escanteio, Pique e Sergio Ramos tiveram oportunidades para abrir o
placar, porém ambos desperdiçaram suas chances. Iniesta, de fora da área, aos 8
minutos do primeiro tempo, também assustou Buffon.
|
Foto: Bruno Santos / Terra |
A
segunda etapa da prorrogação declarava o fim da energia de ambas as equipes.
Com inteligentes toques na bola, a Espanha conseguiu manter o controle,
chegando sempre com perigo ao gol italiano. Aos 9 minutos, Xavi arriscou de
longe e viu Buffon desviar a bola, que bateu na trave antes de chegar aos pés
de Martinez, que mandou para fora. Um minuto depois, Jesus Navas chutou cruzado
e Buffon, novamente, fez a defesa.
Na
última tentativa, Javi Martinez tentou enfeitar e finalizar de letra, mas não
teve sucesso e, com vaias da torcida para o juiz, o jogo foi encerrado. Seria
definido nos pênaltis o rival da seleção brasileira na final da Copa das
Confederações.
Candreva
abriu a série para a Itália e, com ousadia, de cavadinha, fez o gol. Xavi,
seguro, empatou para Espanha. As sequencias de pênaltis, tanto por parte dos
italianos, como por parte dos espanhóis, foi perfeita. Aquilani, De Rossi,
Giovinco e Pirlo encerraram a série da Itália, com 100% de aproveitamento. Da
mesma forma, Iniesta, Pique, Sergio Ramos e Mata, fizeram para a Espanha.
As
cobranças alternadas começaram com Montolivo, que marcou pela Itália. Busquets
empatou para a Espanha e viu Bonucci isolar a bola, na cobrança seguinte. Jesus
Navas, que entrou no decorrer da partida e deu um gás no time da Espanha,
converteu seu pênalti e classificou A Fúria.
|
Jesus Navas, el Salvador Foto: Bruno Santos / Terra |
Assim,
o Brasil encara a Espanha no domingo, pela final da Copa das Confederações. No
mesmo dia, às 13h, Itália e Uruguai disputam o terceiro lugar.
FICHA
TÉCNICA: Espanha X Itália
ESPANHA: Casillas, Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba; Busquets, Xavi, Iniesta
e Fàbregas; Pedro e Soldado (Torres). Técnico: Vicente
Del Bosque
ITÁLIA: Buffon, Barzagli, Bonucci e Chielini; Maggio, De Rossi, Pirlo e
Giaccherini; Marchisio e Candreva; Gilardino. Técnico: Cesare
Prandelli
Local: Castelão, em Fortaleza (CE)
Data-Hora: 27/06/2013, às 16h (de Brasília)
Árbitro: Howard
Webb (ING)
Auxiliares: Darren Cann (ING) e Mike Mullarkey (ING)