Por Murilo Dias
Sob os olhares de
desconfiança e críticas dos mais exaltados, ELE veio. Num mar de protestos
contra inúmeros fatores, ele veio. Após uma primeira fase indiscutível, ELE
veio. Sob os olhares, protestos, jogos, gritos, ELE veio. Diziam “O Gigante
Acordou”. Sim, ELE acordou. ELE acordou e foi campeão! Brasil, campeão da Copa
das Confederações – 2013!
CAMPEÃO! Foto: Terra |
Fazia frente ao Brasil
nada mais, nada menos que a badalada seleção da Espanha, bicampeã da Eurocopa e
atual campeã do mundo.
Fazia. Até o apito inicial do juiz. Quando o gigante
acordou, ele estava com fome e devorou os espanhóis. Sem dar chance, gritando
olé e sambando: Brasil 3 x 0.
- A gente sabe da nossa
capacidade, tem muita humildade de reconhecer o grande adversário que é a
Espanha. Ninguém sonha fazer 3 a 0 nos melhores do mundo. Mas a gente tinha
condições, e tivemos técnica, raça, talento, tudo na hora certa – disse David Luiz.
Antes da partida,
novamente, protestos marcaram os arredores do Estádio do Maracanã. Até às 15h,
tudo acontecia de forma pacífica. Porém, pouco antes da partida, parte dos
manifestantes entrou em confronto com a polícia, em uma das barreiras montadas.
Pedras, bombas e coquetéis molotovs. Inclusive, um dos policiais que fazia a
segurança teve uma de suas pernas incendiadas, felizmente, sem ferimentos posteriores
mais graves.
Dentro do estádio, o mesmo
show de sempre. Após o trecho musical do hino do Brasil, torcida e jogadores
continuaram cantando. Um fato que se repetiu nos jogos da seleção brasileira
durante a Copa das Confederações. Um fato que arrepiou quem estava dentro e
fora do Maracanã.
Fred e Neymar Foto: Terra |
Com força máxima, as duas
seleções foram a campo com uma dúvida na cabeça dos torcedores. Seria o Brasil,
capaz de bater a Espanha? Bastaram dois minutos para essa dúvida começar a ser
dissipada. Em cruzamento de Hulk, pela direita, a bola se embola entre Neymar,
Fred e os zagueiros espanhóis, até que o camisa 9 do Brasil, mesmo deitado,
manda para o fundo do gol. Uma explosão no Maraca.
- Sou muito grato ao
Felipão. Ele sempre confiou em mim. Sempre me passou muita coisa. Ele e o
Parreira. Recebi muitas críticas por não ter feito gols nos primeiros jogos. E
ele sempre me disse para ter calma. Isso foi bom. Sabia que, na hora certa, os
gols iam sair. Estou muito feliz – disse Fred, artilheiro do Brasil com 5 gols.
A pressão que a Itália
exerceu na Espanha, na semifinal, se repetiu neste domingo. O Brasil não
deixava a Fúria atacar, muito menos ficar com a posse de bola. Como resultado
dessa marcação avançada, feita pelos brasileiros, as chances vieram. Aos 12
minutos, em uma blitz do Brasil, Paulinho roubou a bola de Busquets e quase
marcou um belo gol de cobertura. Casillas, atento, fez a defesa.
Confusão na final Foto: Terra |
Aos 14, uma pequena
confusão entre os jogadores tomou conta do jogo. Marcelo fez um lançamento para
Fred, mas o atacante do Brasil foi derrubado por Arbeloa. Os brasileiros cercaram
o juiz, cobrando o cartão vermelho, porém só o cartão amarelo foi apresentado
ao espanhol. O empurra-empurra foi logo encerrado e o jogo continuou. Cinco
minutos, a primeira chance da Espanha. Iniesta carregava a bola lentamente, até
arrancar e bater da intermediaria, entretanto, o chute não ofereceu muito
perigo a Júlio Cesar, que espalmou a bola para escanteio.
Na marca dos 27 minutos,
Sérgio Ramos fez uma dura falta em Oscar, na entrada da grande área. O juiz,
novamente, apenas advertiu o zagueiro espanhol com o cartão amarelo.
Milagre de David Luiz Foto: Getty Images |
O final do primeiro tempo
reservava grandes emoções para todos. Aos 40 minutos, em contra-ataque pela
direita, Pedro tocou na saída de Júlio César. A bola estava entrando, o goleiro
do Brasil estava longe e não conseguiria alcançar. Até que David Luiz, com um
carrinho salvador, consegue, em cima da linha, salvar o lance. 4 minutos
depois, para coroar o bom futebol do Brasil, gol de Neymar, que recebeu de
Oscar e mandou uma bomba indefensável.
A segunda etapa da partida
começou com uma alteração na seleção da Espanha. Azpilicueta entrou no lugar do
amarelado Arbeloa. E o mesmo Azpilicueta viu o Brasil, em mais uma jogada de
marcação ofensiva, roubar a bola. Viu também Hulk tocar, Neymar fazer o corta
luz, Fred marcar o gol e a torcida comemorar o muito bem encaminhado título da
Copa das Confederações.
Aos 6 minutos, Vicente Del
Bosque, treinador espanhol, fez nova mudança, colocando Jesus Navas no lugar de
Juan Mata. Navas, inclusive, deu gás à seleção espanhola na semifinal e,
novamente, incendiou o time no jogo contra o Brasil. Tanto que, minutos depois,
ele sofreu um pênalti. Na cobrança, Sérgio Ramos mandou para fora.
Pique, marcando Neymar, no lance da expulsão Foto: Terra |
Com gritos de “O campeão
voltou”, “Olé” e “Eu sou brasileiro”, a torcida fazia a festa enquanto Neymar
arrancava para cima de seu atual companheiro de Barcelona, o zagueiro Piqué. A
festa aumentou quando Pique deu um carrinho em Neymar e a festa aumentou ainda
mais com a expulsão do espanhol.
Com a posse de bola favorável
ao Brasil, não restava força nem tempo para uma reação da Espanha. Com a
vitória nas mãos, Felipão colocou, pela primeira vez nesta Copa, o meia Jadson,
do São Paulo, que entrou no lugar de Hulk.
A última chance espanhola
se deu com o chute cruzado de Pedro, após bom toque de David Villa. Júlio Cesar,
novamente, fez uma bela defesa. O goleiro brasileiro, inclusive, foi
considerado o melhor goleiro da Copa das Confederações e levou o prêmio “Luva
de Ouro”.
Antes do apito final, ao
som de “Olé, olé”, a Espanha via o Brasil tocar a bola e nada fazia. Todos
estavam esperando pelo final da partida. Que veio. E desentalou um grito na
garganta de todos, aliviou os mais apreensivos e calou os que queriam chamar a
atenção.
- Tem que ter sorte na partida
e temos que dar os parabéns à seleção brasileira. Serve de experiência para
sabermos o que vai acontecer na Copa do Mundo ano que vem – afirmou Casillas,
goleiro e capitão da Espanha.
Foto: Terra |
Brasil, o gigante, pela própria
natureza, pela força de seu povo e pelo peso de sua camisa, mais uma vez,
consagrou-se campeão!
FICHA TÉCNICA: Brasil x
Espanha
Gols: Fred, aos 2
minutos; Neymar, aos 44 minutos (primeiro tempo) e Fred, aos 2 minutos (segundo
tempo)
BRASIL: Júlio Cesar; Daniel Alves, Thiago Silva, David Luiz e Marcelo; Luiz
Gustavo, Paulinho e Oscar; Hulk, Neymar e Fred. Técnico: Felipão
ESPANHA: Casillas, Arbeloa, Piqué, Sergio Ramos e Alba;
Busquets, Xavi e Iniesta; Fàbregas, Pedro e Torres. Técnico: Vicente Del Bosque
Cartões amarelos:
Arbeloa, Sergio Ramos (ESP)
Cartão vermelho: Piqué
(ESP)
Local:
Maracanã, Rio de Janeiro (RJ).
Data e hora:
30/6/2013, às 19h.
Árbitro:
Bjorn Kuipers (HOL)
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