sexta-feira, 5 de julho de 2013

Felipão, o homem por trás do bigode

Por Murilo Dias
Ao mestre, com carinho
Foto: Paulo Whitaker 
Há muitos e muitos séculos atrás, nascia um líder, um chefão, um perfeito comandante. Saiu vitorioso de muitas guerras, se tornou um herói. Mas um dia, esse “Poderoso Chefão” morreu, e sua característica marcante, o bigode, havia ficado na memória do povo por muito tempo.

Até que um dia, a esperança renasce. Ou melhor, a reencarnação desse líder veio ao mundo. E isso aconteceu no dia 9 de novembro de 1948. Era Luiz Felipe Scolari que nascia este dia, na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul

Reprodução:
 Correio do Povo
Poucos sabem, mas nosso Big Phil foi jogador de futebol antes de ser técnico. Começou sua carreira no time Aimoré, de São Leopoldo, com 17 anos de idade. Interessou-se pelo futebol por causa de seu pai, Benjamim Scolari, que também foi jogador. Ambos atuaram como zagueiros. Felipão não se destacou pela habilidade, mas sim pelo perfil de liderança dentro de campo. Era um guerreiro. Jogava para o time e não para se destacar. 

Após jogar no Aimoré, Big Phil foi contratado pelo Caxias do Sul e ficou lá por sete anos. Migrou por clubes da Região Sul do Brasil como Novo Hamburgo e Juventude. Depois, foi para o CSA de Alagoas, onde em 1980 conquistou seu primeiro e singular título como jogador. Aposentou-se em 1982 sem grande destaque dentro das quatro linhas.

Nosso querido Scolari se tornou um professor, literalmente. Fez faculdade de Educação Física e deu aulas na Escola A.J. Renner, em Montenegro, cidade do Rio Grande do Sul. Mas esta carreira durou pouco tempo, pois no mesmo ano em que se aposentou, Felipão foi contratado pelo CSA, para ser treinador e logo conquistou o título do Campeonato Alagoano.

Após deixar o CSA, Felipão voltou a Região Sul para migrar novamente, desta vez como técnico, por vários times gaúchos. Treinou, por duas vezes, o Juventude, o Brasil de Pelotas, o Pelotas e o Grêmio onde foi campeão do Campeonato Gaúcho de 1987. 

Foto: Gazeta Press
Dois anos depois, em 1989, foi para o Kuwait, sendo campeão da Copa do Emirado com o Al Qadisiya e campeão da Copa da Ásia com a Seleção do mesmo país. Ficou por três anos no país, se transferindo para o Criciúma, para levar o time à conquista da Copa do Brasil.

Reconhecido nacional e mundialmente, voltou para o Oriente Médio, desta vez, para o Al-Ahli. Voltou para o Al Qadisiya, do Kuwait, mas não foi vitorioso como na primeira passagem. 

Em 1993, voltou ao Brasil, para o Rio Grande do Sul e para o Grêmio. E, agora sim, conquistou inúmeros títulos de expressão, como a Copa do Brasil 1994 e a Copa Libertadores da América de 1995 e o Campeonato Brasileiro de 1996.

Japão. Nova casa de Felipão, onde treinou o Júbilo Iwata. Mas por pouco tempo, pois seu verdadeiro lar o esperava. A verdadeira armadura do Lendário Guerreiro era Verde. Ele veio e gravou seu nome na história não de um time, mas de uma Sociedade Esportiva. 

Foto: Dedoc
Transferiu-se para o Palmeiras e foi campeão da Copa do Brasil de 1998 e da Copa Libertadores da América de 1999. Pouco tempo e tantas histórias. Saiu, em 2000, após a final da Libertadores do mesmo ano, na qual o Palmeiras foi vice-campeão. 

O Cruzeiro, de origens Palestrinas, foi o local de trabalho de Felipão por pouco tempo. Apenas um ano. 365 dias de preparação para um objetivo maior: Seleção Brasileira, onde se sagrou Campeão do Mundo em 2002.

No ano seguinte, Felipão trocou de Seleção, pois queria treinar um time, ou seleção, da Europa. E o convite da Federação Portuguesa de Futebol veio bem a calhar. Na Terra do “ora, pois”, Felipão não foi campeão, mas levou a Seleção Portuguesa para a final da Eurocopa de 2004. Dois anos depois, chegou até as semifinais da Copa do Mundo de 2006. Na Copa, Portugal ficou na 4ª colocação, após perder a disputa pelo terceiro lugar para a Alemanha. Mesmo com a quarta colocação, a campanha da Copa do Mundo de 2006 foi bastante comemorada, pois a Seleção de Portugal não chegava a uma semifinal desde 1966. 
Foto: Getty Images
Na Eurocopa de 2008, Portugal foi eliminado, novamente, pela Alemanha, e assim, Felipão se transferiu para a Inglaterra, para comandar o rico Chelsea. Porém, a relação dele com seus jogadores, e até mesmo com a diretoria, fizeram com que Big Phil fosse demitido do time um ano e poucos meses após sua contratação. Pela quebra de contrato, Felipão recebeu nada mais, nada menos que 15 milhões de libras. 

Alguns meses depois de sua demissão, Felipão acertou sua transferência para o Uzbequistão. Treinou o Bunyodkor. Seu contrato, a principio era de 18 meses. Porém, ficou por um ano e 3 dias no comando do clube, conquistando neste período o Campeonato Uzbeque.

Após assinar contrato com uma emissora de televisão para ser comentarista da Copa do Mundo de 2010, Luiz Felipe “Bigodon” Scolari voltou. Sua armadura o esperava. Ainda em 2010, enfim, Felipão estava de volta ao Palestra Itália. Porém, desta vez, sua trajetória foi marcada por idas e vindas, vitórias, como o título da Copa do Brasil, e derrotas, como o rebaixamento para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro. Com isso, a armadura não aguentou e Felipão saiu do alviverde.

De um campeão para outro, Felipão, novamente tornou-se técnico do Brasil, com a dura missão de levantar a alma da seleção brasileira e aproximar a torcida, que após os fracassos de 2006 e 2010, deixou a amarelinha de lado. Em casa, a Copa das Confederações e a Copa do Mundo serão as provas que o mundo precisa para ver que, além de bigodudo e durão, Luiz Felipe Scolari é vencedor...

É campeão!

É Felipão!
O bom bigode a casa torna
Foto: Mowa Press

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