Por Murilo Dias
Ao mestre, com carinho Foto: Paulo Whitaker |
Há
muitos e muitos séculos atrás, nascia um líder, um chefão, um perfeito
comandante. Saiu vitorioso de muitas guerras, se tornou um herói. Mas um dia,
esse “Poderoso Chefão” morreu, e sua característica marcante, o bigode, havia
ficado na memória do povo por muito tempo.
Até que um dia, a esperança renasce. Ou melhor, a reencarnação desse líder veio
ao mundo. E isso aconteceu no dia 9 de novembro de 1948. Era Luiz Felipe
Scolari que nascia este dia, na cidade de Passo Fundo, Rio Grande do Sul
Reprodução: Correio do Povo |
Poucos sabem, mas nosso Big Phil foi jogador de futebol antes de ser técnico.
Começou sua carreira no time Aimoré, de São Leopoldo, com 17 anos de idade. Interessou-se
pelo futebol por causa de seu pai, Benjamim Scolari, que também foi jogador. Ambos
atuaram como zagueiros. Felipão não se destacou pela habilidade, mas sim pelo
perfil de liderança dentro de campo. Era um guerreiro. Jogava para o time e não
para se destacar.
Após jogar no Aimoré, Big Phil foi contratado pelo Caxias do Sul e ficou lá por
sete anos. Migrou por clubes da Região Sul do Brasil como Novo Hamburgo e
Juventude. Depois, foi para o CSA de Alagoas, onde em 1980 conquistou seu
primeiro e singular título como jogador. Aposentou-se em 1982 sem grande destaque
dentro das quatro linhas.
Nosso querido Scolari se tornou um professor, literalmente. Fez faculdade de
Educação Física e deu aulas na Escola A.J. Renner, em Montenegro, cidade do Rio
Grande do Sul. Mas esta carreira durou pouco tempo, pois no mesmo ano em que se
aposentou, Felipão foi contratado pelo CSA, para ser treinador e logo
conquistou o título do Campeonato Alagoano.
Após
deixar o CSA, Felipão voltou a Região Sul para migrar novamente, desta vez como
técnico, por vários times gaúchos. Treinou, por duas vezes, o Juventude, o Brasil
de Pelotas, o Pelotas e o Grêmio onde foi campeão do Campeonato Gaúcho de 1987.
Foto: Gazeta Press |
Dois anos depois, em 1989, foi para o Kuwait, sendo campeão da Copa do Emirado
com o Al Qadisiya e campeão da Copa da Ásia com a Seleção do mesmo país. Ficou
por três anos no país, se transferindo para o Criciúma, para levar o time à
conquista da Copa do Brasil.
Reconhecido
nacional e mundialmente, voltou para o Oriente Médio, desta vez, para o
Al-Ahli. Voltou para o Al Qadisiya, do Kuwait, mas não foi vitorioso como na
primeira passagem.
Em 1993, voltou ao Brasil, para o Rio Grande do Sul e para o Grêmio. E, agora
sim, conquistou inúmeros títulos de expressão, como a Copa do Brasil 1994 e a
Copa Libertadores da América de 1995 e o Campeonato Brasileiro de 1996.
Japão. Nova casa de Felipão, onde treinou o Júbilo Iwata. Mas por pouco tempo,
pois seu verdadeiro lar o esperava. A verdadeira armadura do Lendário Guerreiro
era Verde. Ele veio e gravou seu nome na história não de um time, mas de uma Sociedade
Esportiva.
Foto: Dedoc |
Transferiu-se para o Palmeiras e foi campeão da Copa do Brasil de
1998 e da Copa Libertadores da América de 1999. Pouco tempo e tantas histórias.
Saiu, em 2000, após a final da Libertadores do mesmo ano, na qual o Palmeiras
foi vice-campeão.
O Cruzeiro, de origens Palestrinas, foi o local de trabalho de Felipão por
pouco tempo. Apenas um ano. 365 dias de preparação para um objetivo maior:
Seleção Brasileira, onde se sagrou Campeão do Mundo em 2002.
No ano seguinte, Felipão trocou de Seleção, pois queria treinar um time, ou
seleção, da Europa. E o convite da Federação Portuguesa de Futebol veio bem a
calhar. Na Terra do “ora, pois”, Felipão não foi campeão, mas levou a Seleção
Portuguesa para a final da Eurocopa de 2004. Dois anos depois, chegou até as
semifinais da Copa do Mundo de 2006. Na Copa, Portugal ficou na 4ª colocação,
após perder a disputa pelo terceiro lugar para a Alemanha. Mesmo com a quarta
colocação, a campanha da Copa do Mundo de 2006 foi bastante comemorada, pois a
Seleção de Portugal não chegava a uma semifinal desde 1966.
Foto: Getty Images |
Na Eurocopa de 2008, Portugal foi eliminado, novamente, pela Alemanha, e assim,
Felipão se transferiu para a Inglaterra, para comandar o rico Chelsea. Porém, a
relação dele com seus jogadores, e até mesmo com a diretoria, fizeram com que
Big Phil fosse demitido do time um ano e poucos meses após sua contratação.
Pela quebra de contrato, Felipão recebeu nada mais, nada menos que 15 milhões
de libras.
Alguns meses depois de sua demissão, Felipão acertou sua transferência para o
Uzbequistão. Treinou o Bunyodkor. Seu contrato, a principio era de 18 meses.
Porém, ficou por um ano e 3 dias no comando do clube, conquistando neste
período o Campeonato Uzbeque.
Após assinar contrato com uma emissora de televisão para ser comentarista da
Copa do Mundo de 2010, Luiz Felipe “Bigodon” Scolari voltou. Sua armadura o
esperava. Ainda em 2010, enfim, Felipão estava de volta ao Palestra Itália.
Porém, desta vez, sua trajetória foi marcada por idas e vindas, vitórias, como
o título da Copa do Brasil, e derrotas, como o rebaixamento para a segunda divisão
do Campeonato Brasileiro. Com isso, a armadura não aguentou e Felipão saiu do
alviverde.
De um
campeão para outro, Felipão, novamente tornou-se técnico do Brasil, com a dura
missão de levantar a alma da seleção brasileira e aproximar a torcida, que após
os fracassos de 2006 e 2010, deixou a amarelinha de lado. Em casa, a Copa das Confederações
e a Copa do Mundo serão as provas que o mundo precisa para ver que, além de
bigodudo e durão, Luiz Felipe Scolari é vencedor...
É campeão!
É Felipão!
O bom bigode a casa torna Foto: Mowa Press |
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