Por Governo Federal
Eis o padrão FOTO: Tânia Rêgo/ABr |
O Ministro da Saúde,
Arthur Chioro, apresentou neste sábado (15.02), em evento organizado pela FIFA,
em São Paulo, a estrutura do sistema de saúde nacional preparada para a Copa do
Mundo de 2014. Cerca de 10 mil profissionais de Saúde foram capacitados para
atuar durante o evento ao longo dos últimos três anos. São servidores da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Sistema Único de Saúde
(SUS) que atuam em estados, municípios, além de voluntários da Força Nacional
do SUS.
As 12 cidades-sede têm
um aparato de 531 unidades móveis do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência
(SAMU), 66 Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e 67 hospitais que funcionam
de forma integrada para fazer o atendimento da população local e dos turistas
brasileiros e estrangeiros. São elas - Belo Horizonte (MG), Brasília (DF),
Cuiabá (MT), Curitiba (PR), Fortaleza (CE), Manaus (AM), Natal (RN), Porto
Alegre (RS), Recife (PE), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e São Paulo (SP).
"Todo
investimento que o governo vem fazendo, entre 2011 e 2013, é destinado à
qualificação da estrutura médico-hospitalar tanto na área de urgência, na área
de internação, expansão dos leitos de terapia intensiva, leitos hospitalares,
UPAs, e qualificação do SAMU. São ações
voltadas à estruturação e qualificação do Sistema Único de Saúde dentro das
redes de atenção à saúde, políticas prioritárias do Ministério da Saúde,
desenvolvidas desde o início do governo da presidenta Dilma Rousseff",
ressaltou Chioro.
Padronização e integração
O Ministério da Saúde
vem trabalhando para aprimorar a infraestrutura e organização dos serviços,
aproveitando a Copa do Mundo para qualificar o SUS não só durante o evento, mas
para deixar um serviço de maior qualidade como legado para os brasileiros. Em
2011, foi criada a Câmara Técnica Nacional de Saúde, que integra profissionais
de diversas áreas dos segmentos do Ministério da Saúde e das 12 cidades e estados que sediarão os
jogos para trabalhar de forma padronizada e integrada, estruturando processos
de gestão, mapeando os riscos e normatizando o trabalho das ações de vigilância
e assistência à saúde no âmbito nacional, estadual e municipal.
"A expectativa e
a necessidade de atendimento para o público que vem para a Copa do Mundo e vai
frequentar os estádios é muito pequena. Toda a melhoria do Sistema Único de
Saúde é um legado que fica para a nossa população, para as nossas
cidades-sedes, e também impactam nas regiões metropolitanas onde elas estão
localizadas. É uma estruturação que já está disponível e ficará para o
atendimento cotidiano da população", frisou.
Demanda e preparo
Com base no histórico
de copas do mundo realizadas em outros países e na experiência brasileira com a
Copa das Confederações no ano passado, a expectativa é que, nos locais dos
jogos, de 1% a 2% dos torcedores necessitem de algum cuidado médico. Deste
percentual, mais de 99% das demandas costumam ser atendidas e resolvidas no
local. E entre 0,2% e 0,5% necessitam ser encaminhadas para hospitais de alta
complexidade. O perfil do público que costuma frequentar este tipo de evento em
sua maioria são jovens adultos, de 25 a 49 anos, que, em geral, são saudáveis e
não necessitam de cuidados especializados de saúde.
Além da estrutura já
montada para atender a população brasileira de forma contínua - que prevê o
atendimento também de estrangeiros no caso das urgências -, o Ministério da
Saúde criou planos de contingência para acidentes com múltiplas vítimas e para
acidentes com produtos químicos, biológicos, radiológicos e nucleares.
As secretarias
estaduais e municipais de saúde vão montar próximos aos estádios postos médicos
avançados, que funcionam como Unidades de Pronto Atendimento. Se necessário, a
Força Nacional do SUS poderá complementar estes postos com até nove outros, que
serão montados apenas em situações que extrapolem a capacidade de resposta das
cidades-sede.
Centros de Operações
Conjuntas
Para monitorar as
situações de risco, a demanda por atendimento e vigilância, e dar respostas
coordenadas, o Ministério da Saúde criou, em 2011, o Centro Integrado de
Operações Conjuntas da Saúde (CIOCS), que coordenará as ações de saúde
juntamente com as secretarias. Há uma sede em Brasília e um centro regional em
cada cidade-sede. Eles serão ativados até 20 dias antes do início da Copa do
Mundo e permanecerão ativos algumas semanas após para monitorar o retorno das
delegações e turistas aos seus países de origem. Cerca de 1,5 mil profissionais
de saúde atuarão nas atividades de campo e de monitoramento.
Graças aos CIOCS, foi
possível dimensionar os atendimentos realizados durante a Copa das
Confederações. Foram atendidos 1.598 torcedores entre os 796 mil que
participaram dos jogos. Não houve caso grave registrado. Cerca de 98% das
ocorrências foram resolvidas no local.
Nos estádios e
intermediações (até 2 quilômetros de distância das arenas), a FIFA é a
responsável pelos atendimentos de emergência. Mas haverá um profissional de
referência do CIOCS dentro de cada estádio para monitorar as ocorrências, além
de outros profissionais da vigilância e assistência para fazer a avalição de
risco e garantir atendimento, acionando a estrutura do SUS quando houver
necessidade.
Os CIOCS fazem parte
de uma estrutura maior, que abrange os demais órgãos envolvidos na organização
do grande evento, que trabalham de forma articulada no Centro Integrado de
Comando e Controle Nacional (CICCN), criado em 2011. Este centro desenvolve ações
coordenadas de monitoramento e compartilhamento de informações conforme a
necessidade. Além do Ministério da Saúde, fazem parte do CICCN a Agência
Brasileira de Inteligência (Abin), Ministério da Defesa, Ministério da Justiça,
Ministério do Esporte, Política Federal, Defesa Civil, dentre outros. Há um
centro regional em cada cidade-sede.
O SAMU vai trabalhar
integrado às operadoras dos planos privados de saúde em cidades onde acordos
travados pela Agência Nacional de Saúde (ANS) devem viabilizar que as ambulâncias
do SUS encaminhem para hospitais particulares pacientes com planos de saúde.
Em ação coordenada
pela Anvisa, os órgãos de vigilância sanitária locais têm intensificado suas
atividades de fiscalização em hotéis, bares, restaurantes e hospitais. De forma
articulada com a FIFA, a agência também está acompanhando a seleção e
estruturação dos prestadores de serviços de alimentação e saúde nas arenas.
Profissionais da vigilância sanitária estão sendo capacitados em grandes
eventos para avaliar as capacidades, identificar os pontos que requerem
harmonização e apoio técnico específico, testar ferramentas e realizar
intercâmbios de práticas exitosas. Nos portos e aeroportos, a Anvisa vai
ampliar o número de profissionais que trabalham na detecção e resposta a
eventos de interesse em saúde pública.
Vacinas preventivas
O Ministério da Saúde
tem realizado campanha junto aos profissionais que atuam no ramo do turismo
(taxistas, profissionais do setor hoteleiro) para tomarem de forma gratuita no
SUS vacina contra sarampo - doença comum nos países da Europa.
O período da Copa não
é propício à transmissão da dengue por questões climáticas. Nesta época do ano
há uma queda de quase 74% dos casos da doença no país. Mesmo assim, o governo
federal vem direcionando recursos para campanhas de prevenção, principalmente
nas cidades-sede. Em 2013, destinou recurso adicional de R$ 363 milhões para os
Planos de Combate a Dengue dos municípios brasileiros - R$ 53,6 milhões para as
cidades-sede da Copa das Confederações. E serão realizadas inspeções nos
estádios e outros lugares de aglomeração para evitar criadouros do mosquito e
borrifação de inseticidas.
Aplicativo para
torcedores
O Ministério da Saúde
está usando tecnologia de ponta para desenvolver um aplicativo, destinado aos
torcedores, que fornecerá informações úteis sobre saúde, tais como localização
de hospitais e farmácias. O aplicativo também monitora informações de saúde em
redes sociais e faz o mapeamento de tendências de ocorrências epidemiológicas.
Além disso, mapeia o fluxo de viajantes vindo para o Brasil e a situação de
risco de seus países de origem por meio da detecção digital de doenças. A
partir dos resultados, serão tomadas providências para informar e proteger a
população. O aplicativo poderá ser acessado pelo celular.
Além disso, já está no
ar uma página do Ministério da Saúde voltada para o viajante
(www.saude.gov.br/viajante) onde é possível encontrar as informações mais
importantes para prevenção de Saúde. Cartazes e um livro de bolso com as mesmas
informações serão afixadas em locais de grande fluxo.
Onze pela saúde
O Ministério da Saúde
apoiou a FIFA na elaboração do projeto "11 pela saúde", cujo objetivo
é disseminar entre alunos de escolas públicas das cidades-sede da Copa do Mundo
11 mensagens sobre saúde e futebol, por meio de 11 vídeos gravados por craques
do futebol mundial (Neymar, Lionel Messi, Marta, entre outros). As escolas e
alunos que participarão do programa, selecionadas pelas Secretarias Municipais
de Saúde, são parte do Programa Mais Educação, do Ministério da Educação e
Saúde na Escola, do Ministério da Saúde. Os professores, que serão replicadores
das mensagens nas escolas, participaram de treinamento. O projeto será
apresentado aos alunos a partir de 24 de fevereiro, com duração de 13 semanas.
Em parceria com o
Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV/AIDS (Unaids), o Ministério da
Saúde também lançou a campanha "Proteja o Gol", que prevê a oferta de
1,8 milhão de preservativos e 10 mil testes rápidos, além de aconselhamento por
meio de unidades móveis disponíveis nas 12 cidades-sede.
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